04/08/2013

Dreamer School - Capítulo 13



Isabella Fanning P.O.V/Rio de Janeiro - Brasil
   O fim de semana passara rapido. Só soube que era segunda feira porque meu despertador tocou ás 7 horas. Vesti-me e logo em seguida tomei o café da manhã e sai de casa. Estava acostumada a tomar o café sozinha. Afinal, meu pai sempre viajava à negócios.
  Assim que eu terminei de comer, escovei os dentes e sai de casa. Fiz uma caminhada de 10 minutos até a escola. Ela parecia a mesma: com os mesmos alunos em frente dela, as mesmas brincadeiras e as mesmas caras de sono que eu vejo na segunda-feira. Mas algo mudou. E eu sei realmente isso. Descobri o quão sou burra e o quão sou idiota por confiar em alguém que eu nem ao menos conhecia.
  Nunca pensei que seria tão decepcionada assim como eu havia sido naquela festa. Minha mãe sempre me dizia que as aparências muitas vezes nos enganam. Mas eu nunca tinha levado aquilo a sério até aquela fatídica festa.
  Nunca mais irei olhar aquele imbecil nos olhos novamente. Nunca!
  Entrei no território escolar olhando para o chão. Sabia que a maioria ali tinha ido para a festa, pois todos eles me olhavam e comentavam algo entre si. Tenho certeza que era algo como "Ih, olha! Aquela garota ali quase acabou com uma festa!" ou "Aquela ali é a garota idiota que não sabe nadar." Continuei a olhar para o chão.
  Levantei o rosto, tentando ignorar os olhos que me observavam. Olhei em volta e reconheci o rapaz alto encostado na árvore aproveitando sombra. Era Shaun. Lembrei-me imediatamente que precisava lhe devolver algo.

~Flashback On~
  Assim que peguei todas as minhas coisas eu sai da casa do Thiago. A frente da casa dele estava cheia de pessoas já bêbadas. Comecei a procurar por Shaun. Ele disse que estaria aqui. Decidi desistir de esperar por ele depois de esperar 20 minutos. Ele deve ter ido embora. Tudo bem, ele não é amigo meu ou algo assim para ter alguma obrigação comigo. Quando já ia embora, um garoto de camisa branca, calça jeans preta, casaco cinza e usando um capacete preto estacionou uma Harley no gramado a frente da casa. Assim que ele tirou o capacete vi que era Shaun. Ele desceu da moto e veio em minha direção.
  - Eu te disse que te daria uma carona. - disse ele. Logo em seguida ele apontou com a cabeça para moto e disse: - Vamos.
  Confesso que, enquanto me direcionava para a moto, um certo medo percorreu a minha espinha. O que é que eu estava fazendo? Estava prestes a subir na moto de um garoto que eu não conhecia e que não fazia a mínima ideia de onde ele me levaria. Afinal, não podemos confiar nas pessoas como antes.
  Shaun pegou um capacete reserva também preto e me entregou. Mas depois ele ficou m olhando, como se pensava em um assunto. Logo depois ele tirou o casaco dele e me entregou, dizendo:
  - É melhor você vestir isso. Do jeito que você está poderia pegar uma gripe ao andar de moto.
  Obedeci vestindo o casaco que ficara largo em mim, engolindo minhas mãos e em seguida pondo o capacete. Ele subiu na moto e ofereceu a mão para me ajudar. Subi na moto atrás dele e passei minhas mãos por sua cintura, dizendo onde eu morava. Em cerca de segundos, estávamos andando pela rua em uma velocidade em que os letreiros das lanchonetes e lojas, as pessoas e as outras diversas luzes parecessem um borrão de tinta. Senti a ponta do meu nariz congelar com o vento gelado que batia em meu rosto. Sabia que, se não usasse capacete, teria ficado surda com tamanha pressão que o vento exercia em meu rosto. Mas de algum modo eu me senti livre. Era como se a moto fosse um jeito de se liberar da patética vida cotidiana.
  Em poucos minutos estávamos na porta da minha casa. Precisei de algum tempo para poder descer da moto. Entreguei-lhe o capacete e, quando estava tirando o casaco, ele disse:
  - Não precisa me devolver ele agora. Devolve outro dia. - ele deu a partida na moto. - Adeus. - e foi embora antes que eu pudesse perguntar a ele como poderia devolver sua jaqueta.
  Entrei em casa. Estava um breu. Era comum isso. Meu pai deveria estar com a namorada dele ou algo assim. Depois de tomar um banho, fiquei pensando no que havia acontecido. Ninguém nunca havia me defendido do jeito que ele me defendeu. E aquela pequena ação foi o suficiente para que eu pensasse nele várias vezes até perder a consciência no mundo dos sonhos.
~Flashback off~ 

Louise Stylimson P.O.V./Rio de Janeiro - Brasil
  - LOU! - gritou alguém. Levantei a cabeça rapidamente e percebi que estava dormindo com a cabeça encostada na carteira escolar. Limpei os olhos e encarei furiosamente o garoto loiro de óculos que estava sorrindo para mim.
  - Você é uma gracinha quando acorda. - disse Gabriel, se sentando na carteira ao meu lado.
  - Nem venha tentar me agradar agora. - disse. - Estava tendo um sonho maravilhoso quando você me acorda.
  - Ah, não fique com raiva de mim. - disse ele. - Ainda somos melhores amigos para sempre? - perguntou ele afinando a voz e sorrindo de orelha a orelha.
  - Claro que sim! - disse, me ajeitando na carteira.
  Não sei como em apenas uma semana eu consegui fazer um amigo tão bom assim. Lembro-me de quão assustada e ao mesmo tempo aliviada eu havia ficado na festa do Thiago após vê-lo me defender. Sinceramente, nunca pensei que alguém como Gabriel Fontes seria capaz de socar o rosto de alguém como o Diogo.

~Flashback on~
  Gabriel me puxou pela mão para fora da festa. Chamei-o várias vezes, perguntando o que estava acontecendo e para onde ele estava me levando. Porém, parecia que ele estava muito fechado em seu mundo para me ouvir. Só sei que ele me arrastou por alguns quarteirões até eu finalmente conseguir me soltar e seu aperto em volta do meu pulso e me afastar alguns passos dele.
  - Gabriel, me responda: que história é esta que você tem com aqueles garotos? Porque eles ficam te perseguindo?
  Ele nada respondeu. Encostou seu braço no poste de luz - o único naquela rua em que a luz não estivesse fraca ou piscando - e apoiou sua testa nela, de costas para mim.
  - Gabriel, o que está acontecendo? - insisti.
  Nenhuma resposta.
  - Gabriel... - minha voz se tornou suave enquanto eu me aproximava dele. - Por favor, me responda.
  Ele se virou para mim. Sua expressão era sofrida.
  - Eu simplesmente não aguento mais, Louise. - ele disse baixo. - Quando eu tinha oito anos, Diogo e Lucas se mudaram para cá. Logo eles fizeram amigos e se tornaram populares. Eu nunca liguei muito para eles, pois sempre estava brincando com os meus amigos.
  "Mas um dia, quando nós estávamos jogando futebol, Lucas e Digo apareceram com a sua 'gangue'. Eles disseram que queriam falar comigo e eu já sabia que eles queriam me bater. Todos que se diziam meus amigos na hora fugiram. Nem ao menos ficou um para me defender ou me ajudar."
  "Desde então Lucas e Diogo não paravam de me perturbar. Eles viviam caçoando de meus óculos, meu jeito de andar, de falar... Até mesmo ridicularizava as HQ's que eu lia."
  "Um dia eu não aguentava mais aquela gozação da minha cara. Então eu revidei. E revidei bem. Nunca deveria ter feito aquilo. Todos eles foram para cima de mim e eu levei uma bela surra. E então eles me disseram que se eu não passasse a fazer as lições de casa deles e tudo mais que eles mandassem, eu iria apanhar mais. Eles até me ameaçaram a quebrar as minhas pernas."
  "Louise, eu passei a fazer as lições deles. Passava a noite acordado fazendo as cópias das lições. E então eles começaram a me pedir para fazer coisas, coisas muito estranhas. E hoje em dia eles tem uma nova ameaça para mim: se eu não fazer tudo o que eles quiserem que eu faça, eles vão contar tudo o que eles me forçaram fazer. E sim, eu vou estar bem encrecado."
  Gabriel se sentou no chão, com as mãos escondendo seu rosto. Sentei-me ao seu lado, passando meu braço em volta de seu corpo.
  - Está tudo bem. - minha voz saiu como um sussurro.
  - Não, não está. - disse. - Eles queriam você, Louise. - ele levantou a cabeça. - De algum jeito esquisito, Diogo passou a te desejar. Quando eu soube disso eu simplesmente... Não pude aguentar. Eu nunca quis que você se envolvesse nisso porque... - sua voz falhou na última palavra. Ficamos um bom tempo em silêncio até que ele continuou - Porque eu gosto realmente de você.
  Eu fiquei sem palavras. Não sabia o que dizer para Gabriel. Meu cérebro mandava eu dizer "Gabriel, eu não gosto de você", mas meu coração mandava eu dizer o oposto.
  "Encaremos os fatos, Louise", pensei, "você gosta do Gabriel.Você nunca em sua vida tinha se apaixonado por alguém além dele. Seu coração sempre dói quando você pensa no que poderia ter acontecido com ele naquele dia, na escola. Você se preocupa até demais com ele. Você sempre pensa nele antes de dormir. Admita Louise: Você está apaixonada por Gabriel."
  Olhei dentro dos seus olhos, determinada a dizer algo, porém parecia que eu tinha ficado sem voz quando olhei dentro de seus olhos. Senti a minha pressão subir. Eu sabia muito bem o que aconteceria a seguir. Qualquer um saberia o que aconteceria a seguir.
  As mãos de Gabriel rodearam a minha cintura. Senti choques em minha pele assim que suas mãos a tocaram. Depois elas subiram para meu rosto e se posicionaram uma de cada lado. Seus olhos olhavam dentro dos meus, mas de vez em quando seu olhar descia para meus lábios, desejando-a. E eu fazia a mesma coisa. Aproximamo-nos vagarosamente um do outro.
  E então aconteceu. Nós nos beijamos. Primeiro levemente, com seus lábios ás vezes roçando nos meus. E depois com intensidade, deixando um ao outro com falta de ar. Meu estômago poderia ter explodido de tantas borboletas que eu havia sentido no momento.
Cada vez que Gabriel me beijava eu pensava três coisas. Primeiro: em todas as boas sensações que eu sentia. Segundo: em como eu o desejava. E terceiro: em como ele beijava bem.
~Flashback off~

  A sala de aula estava deserta. Gabriel olhou para o corredor e logo depois puxou meu rosto para um beijo. Tinha que me desgrudar dele, pois QUALQUER um poderia ver esta demonstração de carinho se passasse pelo corredor. Mas eu não conseguia. Eu tentava empurrá-lo, mas em um segundo, minhas mãos já estavam o puxando mais para mim.
  Depois de um tempo, Gabriel se desgrudou de mim. Eu sorria que nem uma idiota. Ele esticou uma mão e tirou um fio de cabelo da frente de meu rosto e depois esta mesma mão desceu para debaixo do meu queixo e olhou no fundo de meus olhos.
  - Louise, por mais que eu goste de você, não posso negar que este namoro é perigoso. Se Diogo descobrir... - disse ele. - Eu só quero que ele não te machuque.
  - Tudo bem.- disse e sorri. - Vamos ser apenas amigos.
  - Amigos... - ele falou meio triste. Puxei seu rosto e dei um selinho em seus lábios.
  - "Amigos". - disse enquanto via o rosto de Gabriel se iluminar de felicidade.
Oi pessoal! :D
E então? Gostaram deste capítulo?
Gabriel e Louise juntos é tão fofinho *-*
Vou começar a chamá-los de Louriel
E Shaun com a Isabella? Lindos, não?
 Chamarei eles de Shaunlla, Isaun, Bellaun...
Ok, parei. Também não ficou fofinho.
Esperem anciosos para o capítulo 14 de Dreamer School!!
SPOILER: O próximo capítulo será sobre a Ally e a Ash. E será um capítulo também lindo. Mas não posso dizer o que vai acontecer de lindo.
PUFAVÔ, comentem, avaliem e divulguem!! :D
5beijos no coração de vocês!
 

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